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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A REINVENÇÃO DO FUTEBOL


O mundo inteiro assistiu no domingo, dia 18/12, mais uma aula de futebol ministrada pelo time do Barcelona. Para quem já acompanha o campeonato espanhol, não foi nenhuma novidade, já que o Barça conseguiu mais uma vez manter seu padrão normal de jogo, que muitas vezes se aproxima da perfeição.






Messi e Cia. conseguiram aplicar os princípios do futsal no futebol: toques rápidos, bola no chão, objetividade, eficiência, valorização da posse de bola, movimentação constante, espírito de equipe, etc. E olha que, na minha opinião, o Barcelona está no primeiro estágio dessa nova maneira de jogar, podendo se tornar ainda melhor. Dá para imaginar o que aconteceria se o Barcelona encarasse um time que jogasse de maneira semelhante, e com jogadores tão habilidosos quanto eles? Talvez, num devaneio da nossa mente, poderíamos pensar num jogo de futebol como o basquete, em que quase todos os lances são convertidos em cestas. Imagine um time que na maioria das vezes em que for ao ataque fizer um gol, mas enfrentando um adversário à altura.

Lembrei-me da década de oitenta, quando o futsal brasileiro (na época chamado de futebol de salão) era disparado o melhor do mundo, quando Falcão e Manoel Tobias eram ainda garotos, ou nem tinham nascido, mas já tínhamos um tal de Jackson (entre outros craques) que encantava a todos com seu futebol técnico, habilidoso e eficiente. 



As goleadas eram elásticas e não deixavam dúvidas da nossa superioridade. Depois de um tempo, após a exportação de muitos jogadores para outros países, eis que num desses campeonatos mundiais, perdemos justamente para a Espanha. Naquele dia cheguei à conclusão: Os europeus aprenderam a jogar Futsal...

Domingo, após ver a facilidade com que o time de Messi bateu o time de Neymar, percebi que não somos mais os melhores do mundo. Triste constatação, já que temos os melhores jogadores. O problema é que, desde Pelé, passando por Romário e Ronaldo, nos acostumamos a ver apenas um jogador desequilibrar uma partida, e esperávamos que isso acontecesse na final do Mundial de Interclubes. A cultura brasileira quer sempre eleger uma estrela ou um pop star.

Tomemos, portanto, a aula do Barcelona como modelo de uma nova maneira de jogar futebol, e comecemos a repensar nossos conceitos. Deixe de lado as bolas rifadas na área, os lançamentos quilométricos, e toque no que estiver mais próximo. Como dizia o narrador durante a partida: “Dá para imitar o estilo catalão de jogar”. E com os jogadores que temos, poderíamos criar equipes tão ou mais competitivas do que o Barcelona.

Edvaldo Barbosa